Preta Gil: força que canta, vive e resiste — uma homenagem do Jornal Mariense
Há pessoas que passam pelo mundo com a leveza de uma canção e a força de um trovão. Preta Gil é uma dessas almas que não apenas viveu, mas lutou, enfrentou, rompeu barreiras e deixou marcas profundas na história do Brasil.
Filha do mestre Gilberto Gil, Preta não viveu à sombra de ninguém. Ela criou seu próprio caminho, e nesse percurso iluminou muitos outros. Negra, mulher, artista, empresária, mãe, avó, pansexual, do candomblé, alegre, intensa. Ela foi – e é – múltipla, e justamente por isso, tão verdadeira.
Enfrentou preconceitos, ataques gratuitos, rótulos e diagnósticos. Sofreu o peso da crítica pública, do racismo estrutural, da gordofobia, da misoginia, mas jamais se calou. Pelo contrário: gritou por si, por tantas e por todos. Transformou a dor em palco, e o palco em espaço de luta, riso, amor e liberdade.
E mesmo quando a vida lhe apresentou o desafio mais cruel — o câncer —, ela encarou de cabeça erguida. Mostrou que a mulher que canta também chora. Que a mulher que brilha também cansa. Mas que nunca, jamais, desiste.
Preta Gil representa aquilo que tantas mulheres marianeses conhecem muito bem: a luta diária para existir com dignidade, para sustentar filhos, conquistar respeito, ser ouvida, ser vista, ser lembrada. Ela é o reflexo de todas as mulheres autônomas, sonhadoras e guerreiras que não querem apenas sobreviver, mas marcar história na humanidade com coragem e autenticidade.
Por isso, o Jornal Mariense dedica essa homenagem a todas as mulheres que, como Preta, seguem em frente mesmo quando tudo parece desmoronar.
Que cada menina de Mari, cada mãe, avó, trabalhadora ou estudante se lembre: você também pode ser luz, ser legado, ser revolução.
Obrigada, Preta Gil, por não ter se calado.
Por cantar a verdade.
Por viver com inteireza.
Por nos ensinar que ser mulher é resistir e, acima de tudo, florescer.
Redação
Jornal Mariense Sim Senhor
Comentários
Postar um comentário