MESTRE ANTÔNIO DO BABAU - O Gênio da Cultura Popular Mariense!
O Gênio da Cultura Popular Mariense — Mestre Antônio do Babau
Era um gênio. Um gênio da madeira, do couro e do pano. Um homem que transformava silêncio em espetáculo, chão batido em palco e voz em poesia viva. Antônio Alves Pequeno — o nosso imortal Mestre Antônio do Babau — foi, sem dúvida, o maior dramaturgo popular que Mari já conheceu.
Criador incansável, ele moldava reis e demônios com as mãos. Erguia universos com quatro paus cravados no chão e uma cortina feita de panos gastos. Não precisava de luzes nem de fama. Precisava apenas de sua imaginação, de seu gênio.
Seu teatro de bonecos — o Babau — era resistência, era denúncia, era alma pulsando nas mãos de um artista íntegro. Ali, nascia a comédia e o drama, a crítica e a esperança.
Ali, nascia o povo.
Suas brincadeiras atravessavam horas, com personagens vivos: o juiz, o coronel, o padre, a alma, o diabo, a morte, e sobretudo, Benedito — o herói da resistência popular.
As cenas de Mestre Antônio não eram apenas entretenimento. Eram lição de vida, eram política, eram moral.
Ele falava do mundo com as mãos. Denunciava injustiças com bonecos. E com firmeza e consciência de classe, ensinava que ninguém pisa na dignidade de um homem.
Disse uma vez, como quem entrega um segredo de liberdade:
“Pode ir, que na sua barriga ninguém pisa.”
Mas o legado de um mestre não morre quando o pano cai. Ele floresce em quem soube escutar.
E entre os tantos que aprenderam com Antônio, um menino olhava com atenção sagrada cada movimento por trás da cortina.
Seu nome: Ramiro, que o mundo passou a conhecer como Mestre Miro do Babau.
Foi aos oito anos que Mestre Miro começou a absorver cada gesto, cada voz, cada lição do grande mestre Antônio.
E não apenas seguiu sua linha — ele a ampliou.
Mestre Miro do Babau é músico, artista, acrobata, dramaturgo, contador de histórias.
É herdeiro legítimo do teatro de bonecos popular, mas também é criador, é guardião da cultura, é homem de moral reta.
Nunca bebeu, nunca fumou, nunca se rendeu às contas finas da vaidade ou do orgulho.
É respeitado em cada canto por onde passa, porque carrega em si o exemplo de Mestre Antônio e a força do povo que representa.
Hoje, quando Mestre Miro do Babau movimenta seus personagens e encanta plateias, é como se o próprio Mestre Antônio estivesse ali — sorrindo, vivo, eterno.
Porque o gênio da cultura popular mariense não se apagou. Ele continua nas mãos, na voz e na alma do seu discípulo.
Mestre Antônio do Babau foi o gigante.
Mestre Miro do Babau, sua continuidade viva.
E sobre o Mestre Miro... ah, sobre ele, a próxima história já está pronta para ser contada.
Redação
Jornal Mariense Sim Senhor
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