REFLEXÃO: Quando a dor não viraliza, o silêncio por Daniel e a comoção pelo Vaqueirinho sob o olhar de Freud.
Quando a dor não viraliza: o silêncio por Daniel e a comoção pelo Vaqueirinho sob o olhar de Freud A repercussão da morte de Daniel, encontrado sem vida em um quarto simples no bairro José Américo, contrasta de forma evidente com a comoção causada pela morte do jovem conhecido como Vaqueirinho, vítima de ataque de uma leoa em João Pessoa. As redes sociais reagiram de maneira completamente distinta, expressando um movimento coletivo que reflete mais o inconsciente social do que o valor humano de cada vida. Essa diferença pode ser interpretada a partir de uma leitura freudiana sobre o investimento afetivo e a formação de vínculos simbólicos. Daniel vivia à margem. Durante grande parte da sua trajetória, sequer possuía documentos, dormia em locais públicos, carregava um histórico de abandono afetivo e de dependência alcoólica que acabou o afastando da família e da vida social. Ele representa aquilo que Freud classificaria como sujeito desinvestido pelo coletivo. Não havia nele...