REFLEXÃO: A SINDROME DA MAÇANETA. PORQUE EX GESTORES NÃO ENTENDEM QUE JÁ NÃO TEM O PODER DA CANETA!.

🧠 “Síndrome do Poder Perdido: Quando o Ego do Ex-Gestor se Recusa a Sair da Prefeitura”

Há uma doença silenciosa que ronda a política local brasileira — especialmente nas pequenas cidades, onde o poder ainda tem rosto, sobrenome e grupo. Chama-se síndrome do poder perdido. Ela se manifesta quando um ex-prefeito, mesmo após dois mandatos, não consegue aceitar que o ciclo acabou. Sai do cargo, mas não sai da prefeitura. Entrega a caneta, mas tenta continuar mandando.

Disfarçado de “líder experiente”, ele se vende como o grande mentor do novo governo, o padrinho que “elegeu” o sucessor. Mas, no fundo, o que ele quer é manter-se no trono por controle remoto, como se o povo tivesse votado nele novamente — e não em outra pessoa. Quando o novo prefeito demonstra autonomia, logo vem o discurso do ressentimento: “fui traído!”.

Mas o que Freud diria sobre isso?

Segundo a psicanálise freudiana, o ego é a instância que tenta equilibrar nossos impulsos de poder (o id) com a realidade. Quando o sujeito não consegue elaborar a perda — no caso, a perda simbólica do poder — ocorre uma fixação narcísica: o indivíduo se agarra à imagem idealizada de si mesmo, aquela que existia enquanto ele era a autoridade máxima.

Freud descreve esse fenômeno como uma regressão ao narcisismo primário, isto é, quando o sujeito se volta para o amor a si mesmo, incapaz de reconhecer limites externos. O ex-gestor que não aceita o fim do mandato vive, portanto, um tipo de luto não elaborado. Ele perdeu o cargo, mas recusa-se a vivenciar a perda; tenta substituir o poder real por um poder imaginário — mandando por trás das cortinas, ditando ordens a quem ocupa o posto.

O problema é que esse comportamento não é apenas psicológico — é também ético e democrático. O político que tenta continuar governando por meio do sucessor desrespeita a soberania popular. Ele acredita que os votos têm dono, que a cidade é extensão do seu ego, e que o povo lhe deve fidelidade eterna.

Essa é a grande ilusão dos que confundem liderança com posse. E Freud explica: o narcisismo de pequenas diferenças faz com que o sujeito veja qualquer autonomia do sucessor como uma ameaça pessoal. O novo gestor, ao tentar governar com liberdade, é percebido como inimigo — não porque errou, mas porque ousou existir fora da sombra do antecessor.

No fundo, o ex-prefeito ressentido não está brigando com o sucessor, mas com o próprio espelho. Ele quer se ver novamente no centro das decisões, quer ouvir aplausos, quer sentir que ainda comanda. Vive um exílio de vaidade. E quanto mais tenta controlar, mais se revela refém da própria dependência do poder.

A cidade, porém, não pertence a ninguém. O mandato tem dono: o povo. E o povo amadurece. Aprende que o verdadeiro líder é aquele que sabe sair de cena com grandeza, permitindo que outros também governem.

Freud dizia que “onde estava o id, deve advir o ego” — isto é, onde havia impulso cego, deve surgir consciência. No caso político, podemos traduzir assim: onde havia o desejo de poder, deve nascer o senso de limite. Só assim o ex-gestor deixa de ser fantasma e volta a ser cidadão.

Porque o poder que não se renova apodrece — e o político que não sabe partir revela que nunca foi líder: foi apenas refém do próprio ego.

Redação 
Prof. Jhony Túlio 

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