ANÁLISE: COERÊNCIA E DISCUSSÃO SOBRE A CRIAÇÃO DE NOVOS DISTRITOS PARA CIDADE DE MARÍ!
Entre a Ignorância e o Desejo Político — O Caso dos Distritos de Mari
Nas últimas sessões da Câmara Municipal de Mari, o debate sobre a criação de novos distritos reacendeu uma velha questão: o quanto o desejo político pode ultrapassar o limite da coerência e da legalidade.
Um parlamentar mariense apresentou uma proposta que pretendia transformar quase todas as regiões rurais em distritos. Em suas redes sociais, chegou a afirmar que a reprovação seria uma “perda” para o município.
Mas, na verdade, o que se tentou impor foi um erro jurídico disfarçado de boa intenção.
Criar um distrito é um ato que exige critério técnico, e não vontade política.
A Lei Orgânica de Mari — amparada pelas normas do Estado da Paraíba — define requisitos claros: população mínima, estrutura básica, escola pública, presença de segurança e viabilidade administrativa.
Sem isso, qualquer proposta se torna mero discurso.
O que chama atenção é que o próprio parlamentar é natural do distrito de Taumatá, localidade reconhecida oficialmente como distrito desde a década de 1990.
Ali estão suas raízes, sua história, seus familiares.
E, ainda assim, Taumatá segue com infraestrutura precária, enfrentando há décadas a falta de calçamento e de iluminação adequada nas principais vias, e nenhuma base militar ou meios estruturais foram feitos pelo ex gestor pai do parlamentar que foi administrador por 12 anos.
A escola Edilson Baltazar — já construída — simboliza um avanço importante, mas sua própria origem carrega marcas da velha política local: uma construção que nasceu de uma disputa jurídica envolvendo o ex-prefeito Marcos Martins e a administração do pai do parlamentar, recebia críticas por portas de banheiro de ventilação mecânica.
E o ginásio da comunidade, que deveria ser espaço de esporte e convivência, não passa de um galpão improvisado, sem banheiro, sem estrutura e sem o mínimo de funcionalidade.
Fica a pergunta:
qual é a coerência de propor a criação de novos distritos quando o próprio distrito de origem, com mais de trinta anos de reconhecimento, ainda carece do básico para se organizar?
O que se busca de fato — desenvolvimento ou palco?
Progresso ou narrativa?
Como costuma dizer Pablo Marçal:
“Quem não é capaz de cuidar da base que tem, não tem autoridade para criar algo novo.”
Antes de multiplicar distritos, é preciso honrar o que já existe — fortalecer Taumatá, garantir infraestrutura, iluminação, segurança e dignidade.
Porque sem base, não há construção duradoura.
E sem coerência, toda proposta vira fumaça.
Karl Marx lembrava que a história é movida pela luta de classes, mas, em Mari, essa luta parece ser outra:
a luta entre o ego e o propósito.
E enquanto o ego vencer, o povo continuará assistindo ao progresso de longe — esperando que alguém, enfim, lute por aquilo que é essencial.
Redação Jornal Mariense Senhor
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